quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Pensamentos soltos

Várias palavras passam pela minha cabeça... E eu não sei se quero pensá-las.
Não sei se devo transmití-las, ou se devo somente as calar.
Não sei se as deixo morrer no limbo da minha mente, ou se elas ecoarão como num abismo.
Essas palavras.

Às vezes penso que não queria pensar.
Queria férias de pensar.
Férias de ser um ser pensante.
Férias de ser.
Ter um tempo para somente sentir.
Sentir e não me preocupar.
Sentir e não pensar.
Sentir e não ter consequências.
Queria férias desses pensamentos.

Alguns dizem que a ignorância é uma bênção. E quem sabe ela não é?
Sempre procurei,
Sempre pesquisei.
Sempre procurei aprender e... pensar.
E agora me vejo presa nessa bolha de pensamentos.
Onde minha mente me aprisiona e ao mesmo tempo, me consola.

E cá estou, a escrever palavras e palavras.
E num momento quando poderia descansar,
Minha mente cisma em criar mil idéias e situações... E analisar.
Pra quê toda essa análise?
Mas como existir sem essa análise?
Não sei o que seria de mim se não analisasse tudo e a todos,
sem que repensasse mil situações e diálogos,
sem que refizesse idéias baseadas em novas informações,
sem pensar.

Nada seria de mim sem pensar.
E cá estou eu pensando e repensando.
Pensando no que já disse e também no que falarei.
Pensando nas situações que passo e nas que talvez vá passar.
Pensando nas pessoas que me priorizam,
e naquelas que não o fazem.
Pensando em cousas que me fazem bem,
e também no que não faz.

As situações, seja cotidianas, seja excepcionais...
Levam-me a repensar nos meus atos.
As pessoas, sejam medíocres, ou exageradamente queridas,
Levam-me a repensar o que sinto.

As pessoas que me tratam como segunda opção... Delas não sei o que fazer.
Afinal não quero ser segunda opção de ninguém.
A vida é valorosa por demais para desperdiçar meus pensamentos
com quem não os gasta comigo.
Ou com quem não demonstra amor com seus atos.
A verdade é que demonstração de carinho faz bem,
Seja tomando uma decisão na sua vida,
Seja dando um abraço.
A verdade é que ninguém quer ser segunda opção de alguém.
Todos sentimos a utopia de sermos especiais,
e queremos alguém que nos faça sentirmos especiais.
Então valorizai quem tu amas!
Demonstrai teu amor.
A verdade é que todos queremos nos sentir especiais... Nem que seja pra alguém.

E as cousas? Valorizai as pequenas cousas belas.
A folha verde da árvore que cai como numa dança,
A tua flor preferida, dentre tantas... Com diversas colorações e aspectos.
O céu cuja beleza suaviza um pouco a dor...
E o mar, que nos traz paz e plenitude.
Valorizai as cousas simples.
Do mais simplório, tiramos beleza.

Olhai para si como quem está apaixonado.
Embebede-se de si mesmo.
Sinta o prazer de sentir-se ébrio de si.

Thais Barbiere
05/10/2016

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Latch - Sam Smith

You lift my heart up when the rest of me is down
You, you enchant me even when you're not around
If there are boundaries, I will try to knock them down
I’m latching on, babe, now I know what I have found

I feel we're close enough
Could I lock in your love?
I feel we’re close enough
Could I lock in your love?

Now I’ve got you in my space
I won’t let go of you
Got you shackled in my embrace
I’m latching on to you

I’m so en-captured, got me wrapped up in your touch
Feel so enamored, hold me tight within your clutch
How do you do it? You got me losing every breath
What did you give me to make my heart bleed out my chest?

I feel we're close enough
Could I lock in your love?
I feel we’re close enough
Could I lock in your love?

Now I’ve got you in my space
I won’t let go of you
Got you shackled in my embrace
I’m latching on to you

Now I’ve got you in my space
I won’t let go of you
Got you shackled in my embrace
I’m latching on to you

I’m latching on to you

Tradução: https://m.letras.mus.br/sam-smith/latch/traducao.html

É exatamente isso... :)

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Mägo de Oz - Tres tristes tigres

Espanhol:

La tristeza es siempre como una esponja,
absorbe el agua de la vida hasta hacerla morir
Sentir deseo y estrangularlo a un tiempo
es llenar el mar de piedras e intentarlo cruzar.

Cuando veas que no puedes soportar
El vacío de la soledad,
Si la fuerza sólo en tu saliva está,
Aprende a actuar.

Cuando sientas la necesidad,
No es bueno sólo dar de ti
La parte amable y "Que todo va bien"
Aprende a llorar, aprende a llorar.

Las marcas que deja la vida
en la cara se ven,
las huellas que deja el amor
en el corazón se leen.

Las marcas que deja la vida
en la cara se ven,
las huellas que deja el amor
en el corazón se leen.

Aprende a ver y leer.

Tradução:

A tristeza sempre Como uma esponja,
Absorve a água da vida e só resta morrer.
Sentir desejo e estrangulá-lo por um tempo
É encher o mar com pedras e tentar atravessá-lo.

Quando sentes que não podes suportar
O vazio da solidão,
Se a força está só em sua saliva,
Aprenda a atuar.

Quando sentir necessidade,
Não é bom dar só de ti
A parte boa de si e "que tudo ocorra bem",
Aprenda a chorar, Aprenda a chorar.

As marcas que a vida deixou
No rosto se enxergam,
As pistas que o amor deixou
No coração se lêem.

As marcas que a vida deixou
No rosto se enxergam,
As pistas que o amor deixou
No coração se lêem.

Aprenda a ver e ler.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

I am nothing without you. But I don't know who you are.

É estranha toda essa admiração por algo intocável. Um objeto longínquo e abstrato. Chego a ser repetitiva...

"I'm looking at you through the glass. I don't know how much time has passed. Oh God it feels like forever... But no one ever tells you that forever feels like home, sitting all alone inside your head."

Pensando neste objetivo... Sozinha, num tédio e silêncio destrutivos.

"Strange how we know each other"

Olhando as estrelas... Pedindo-as com muita força...

"Strange how we fit each other"

Que as estrelas me ajudem a encontrá-lo, em algum lugar, que ele venha para perto de mim. Que eu o tenha só para mim...

"For we don't realize. Our faith in the prize. Unless it's been somehow elusive. How swiftly we choose it. The sacred simplicity of you at my side"

Th. B.

sábado, 10 de setembro de 2016

O não saber

Aquela sensação de não saber.
Não saber o que fazer.
Não saber o que sentir.
Não saber.

Não saber o que é certo, porque nem sempre o que é certo está visivelmente certo.
Não saber o que é errado, porque também nem sempre o errado é algo claramente errado.
Não saber o caminho a tomar.
Às vezes o caminho mais claro é o mais tortuoso.
E o caminho que nos parece obscuro, se torna límpido e verdejante mais a frente.

Muitas vezes temos a impressão errada
do que é justo e do que é injusto.
Se me parece justo agir contra mim,
será realmente justo?
Se agir a favor do outro me fere,
não necessariamente é o caminho mais justo e eficaz.
Posso estar apenas prolongando o sofrimento de outrem.
Talvez o cheque-mate fosse um ato de misericórdia.
Muito melhor do que deixar o indivíduo no escuro...  Sem saber.

Não gosto da ideia de ferir o outro,
muitas vezes prefiro ferir a mim,
do que condenar um outro à dor.
Porém e a minha dor?
Haverá de ser justa a minha dor?
O meu pranto?
O meu agouro?

Meu querido eu,
também devo pensar nele,
como quem pensa no outro.
O eu também é um outro.
O eu merece também carinho e respeito.
E sentimento de justiça.
Também merece um caminho,
ainda que incerto,
ainda que fira,
ainda que doa,
ainda que.

Thais B.

domingo, 4 de setembro de 2016

Pensando em você

Da janela do meu quarto, olho o céu e as nuvens. Penso em você.
A chuva cai, o Sol renasce, um belo arco-íris brilha lá no alto. Penso em nós dois. 
Penso em quando estávamos juntos. No seu beijo ardente. 
Seu abraço forte e protetor.
Quero você.
Quero nós dois juntos.

E poder te beijar sem pensar em mais nada. 
Apenas beijar e explorar tua boca, 
Como quem desbrava áreas desconhecidas,
E conhecer cada pedacinho do teu corpo, ainda uma incógnita para mim.
Beijando e mordendo levemente seus lábios...
Sentir o cheiro do teu pescoço e recolher minha cabeça no teu ombro.

Quero relembrar como é o teu toque,
e sentir meu corpo arrepiado,
E me arrepiar mais ainda quando você me puxa pra si com força e me faz suspirar.
Desejo tê-lo grudado em mim,
E compartilhar o suor,
Causado pelo atrito entre nossos corpos,
No movimento constante de um desejo insaciável. Insaciável.
E depois recomeçar com ainda mais libido. 

Desejo acordar durante a noite e vê-lo dormindo ao meu lado,
E poder te acariciar despretensiosamente enquanto dorme,
Apenas observando e ouvindo tua respiração.
E te ver acordar, sonolento e envergonhado, tímido...
Pois estou parada te observando.
Nada mais do que sentindo tua presença.

Acordamos, nos beijamos, tomamos café da manhã.
O Sol dança pela casa. O vento assopra uma melodia.
Você me empurra contra a parede e me beija durante minutos,
E se embebeda do néctar dos meus lábios.
Acaricia meus seios, 
E eu arranho seus braços fortes.
Você não me larga, e eu não quero sair...

Um banho demorado... Repleto de carícias e muito mais.
Nem a água parece esfriar nossos corpos suados e quentes,
Encaixados, conectados. 
Não nos distanciamos um segundo que seja, 
Pois o desejo toma conta de nossos físicos... E não queremos parar. 

Você precisa ir trabalhar e eu ficarei te esperando,
Trabalharei de casa, infelizmente sem você.
E entre memórias e mensagens,
Farei nosso jantar,
Escolho algo que você goste, adoro ver o seu sorriso encabulado.
Ligo o rádio e me dedico a isso. 

Você demora, e o tempo parece não andar.
Mas estou aqui te esperando, deitada no sofá,
Com o gato no meu colo.
Minha vontade era que eu estivesse no seu colo,
E beijando-te seguidamente. 

Espero-te impacientemente, 
E decido me arrumar para te esperar.
Perfumada, do jeito que você gosta.
E para minha felicidade, você chega. 
O desejo reacende com grandiosa intensidade,
E o jantar esfria enquanto nos unimos ardentemente, no leito que nos une.

O arco-íris colorido, aos poucos desaparece do céu... E vejo que você também não está aqui. 
Mas ainda sinto tua presência na ausência e sorrio ao lembrar de teu sorriso. 
Você está aqui. 

Th. Barbiere - 03/09/2016

sábado, 3 de setembro de 2016

Saudade

Saudade: presença dos ausentes."
Olavo Bilac

Saudade, segundo o Wikipedia, descreve a mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis"(solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde""saudar".

Ainda segundo a mesma fonte, acredita-se que o termo foi cunhado na época dos Descobrimentos portugueses quando esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou ações.

Muitos dizem que Saudade é uma palavra intraduzível. As palavras mais próximas, em significado, à nossa linda e sofrida "Saudade", são:

- Em romeno, a palavra ''dor'' (do latim ''dolus'', dor).
- Em alemão, a palavra divide-se entre "Sehnsucht" e "Wehmut".
- Em polaco a palavra "tęsknota" é muito parecida mas falha por só ser aplicada a pessoas apaixonadas.
- No Inglês, a palavra mais próxima a saudade é "longing" mas esta também pode conotar desejo, "yearning" possui o mesmo problema logo não há uma correspondência perfeita.
- A língua espanhola tem o mesmo problema já que a palavra mais próxima é "añoranza", que significa "Nostalgia".

Deixo agora dois poemas...

AUSÊNCIA
Carlos Drummond de Andrade

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

MESMA SAUDADE
Álvaro de Campos

Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo
Espécie de acessório ou sobressalente próprio
Arredores irregulares da minha emoção sincera
Sou eu aqui em mim, sou eu
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim...

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Dia 2

"A primavera em mim tornou-se inverno.
Sem flores, sem frutos, sem folhas.
Nós tornamo-nos eu.
Noite sem dia, sem escolha.
Vejo-me sem reflexo, grito sem eco
O meu prazer maculado p'lo passado ao teu lado.
Carrego o fardo que escolhi quando me deito numa cama vazia.
Se chamo por ti, nego-me a mim.
Perco-me enquanto caminho.
Diluo-me na profundeza das águas,
Não vou, sou levada.
Ardo em fogo lento, a contratempo.
Quero um novo acordar."

Acordar - Dwelling

terça-feira, 5 de julho de 2016

Dia 1

Dia 1. Meio remédio tomado. Nada, nada diferente. Apenas meio remédio. E uma vontade de fast forward os dias para que eu sinta alguma melhora.
O mesmo desânimo, a falta de vontade, o cansaço (exaustão, na verdade), a mesma sensação de nada. De vazio. De energia sugada.

Dia 1. É apenas o primeiro dia do mês que está por vir. Pode ser bom, pode ser ruim. A tendência é que algo melhore. Nem que seja uma percepção errônea de tudo. Mascarada pelo remédio. Mas a ideia é que algo mude.

Vejamos. Não consigo reunir forças para ter expectativas. É cansativo nutrí-las. As vezes elas brotam sem serem chamadas, mas raramente.

Antiga sensação de derrota. De falha. De não bastar. De rejeição. De abandono. E não saber explicar. São palavras. Dia 1.

Th.
05/07/16

segunda-feira, 2 de maio de 2016

I can (not) feel it

“Dá-se em mim uma suspensão da vontade, da emoção, do pensamento, e esta suspensão dura magnos dias. (...) Nesses períodos de sombra, sou incapaz de pensar, de sentir, de querer. (...) Não posso; é como se dormisse e os meus gestos, as minhas palavras, os meus atos certos, não fossem mais que uma respiração periférica, instinto rítmico de um organismo qualquer.”

Fernando Pessoa (Livro do Desassossego)