sábado, 2 de março de 2013

Reflexões de uma tarde de Março


Uma sensação que me acompanha, diariamente.
Como amiga, no inverno de minh'alma
(A única verdadeira amizade que tive - exceto meus pais).
Ela me desola e me conforta, ao mesmo tempo.
E me desespera, e nesse desespero, eu me acostumo.
Faço de minha vida este vão.
Abraço o vão como à minha vida.

Não sei bem quem sou.
Sei que sou vazia. Isso eu sei.
Sinto dentro e fora de mim. Há um grandioso vazio.
Ele me completa e me aflige.
E quando olho pro lados, enxergo em preto e branco.
As cores só variam pro cinza...
Mesmo que eu me force a usar um batom vermelho,
fingindo uma vividez que eu não tenho.

Finjo mal. Eu sei.
Meus sorrisos não conseguem contaminar nem sequer um ser...
Tamanha a falta de vontade de sorrir.
E meus abraços não procuram abraçar ninguém.
Eu não quero tolos. Prefiro a doce solidão.
Pelo menos, ela me entende.
E posso reclamar o quanto eu quiser em seus ouvidos...
Sempre prontos para me ouvir.

O que sinto dentro de mim é uma ausência.
Uma ausência de mim mesma.
Ou será que nunca me tive?
É uma extrema falta de algo essencial...
Algo como o ar, ou como o chão.
Será que esta sou eu?
Tão insignificantemente inútil?
Tão absorta? Tão morta?

Eu não consigo ser feliz.


Th. B.
02/03/2013