sábado, 10 de setembro de 2016

O não saber

Aquela sensação de não saber.
Não saber o que fazer.
Não saber o que sentir.
Não saber.

Não saber o que é certo, porque nem sempre o que é certo está visivelmente certo.
Não saber o que é errado, porque também nem sempre o errado é algo claramente errado.
Não saber o caminho a tomar.
Às vezes o caminho mais claro é o mais tortuoso.
E o caminho que nos parece obscuro, se torna límpido e verdejante mais a frente.

Muitas vezes temos a impressão errada
do que é justo e do que é injusto.
Se me parece justo agir contra mim,
será realmente justo?
Se agir a favor do outro me fere,
não necessariamente é o caminho mais justo e eficaz.
Posso estar apenas prolongando o sofrimento de outrem.
Talvez o cheque-mate fosse um ato de misericórdia.
Muito melhor do que deixar o indivíduo no escuro...  Sem saber.

Não gosto da ideia de ferir o outro,
muitas vezes prefiro ferir a mim,
do que condenar um outro à dor.
Porém e a minha dor?
Haverá de ser justa a minha dor?
O meu pranto?
O meu agouro?

Meu querido eu,
também devo pensar nele,
como quem pensa no outro.
O eu também é um outro.
O eu merece também carinho e respeito.
E sentimento de justiça.
Também merece um caminho,
ainda que incerto,
ainda que fira,
ainda que doa,
ainda que.

Thais B.

domingo, 4 de setembro de 2016

Pensando em você

Da janela do meu quarto, olho o céu e as nuvens. Penso em você.
A chuva cai, o Sol renasce, um belo arco-íris brilha lá no alto. Penso em nós dois. 
Penso em quando estávamos juntos. No seu beijo ardente. 
Seu abraço forte e protetor.
Quero você.
Quero nós dois juntos.

E poder te beijar sem pensar em mais nada. 
Apenas beijar e explorar tua boca, 
Como quem desbrava áreas desconhecidas,
E conhecer cada pedacinho do teu corpo, ainda uma incógnita para mim.
Beijando e mordendo levemente seus lábios...
Sentir o cheiro do teu pescoço e recolher minha cabeça no teu ombro.

Quero relembrar como é o teu toque,
e sentir meu corpo arrepiado,
E me arrepiar mais ainda quando você me puxa pra si com força e me faz suspirar.
Desejo tê-lo grudado em mim,
E compartilhar o suor,
Causado pelo atrito entre nossos corpos,
No movimento constante de um desejo insaciável. Insaciável.
E depois recomeçar com ainda mais libido. 

Desejo acordar durante a noite e vê-lo dormindo ao meu lado,
E poder te acariciar despretensiosamente enquanto dorme,
Apenas observando e ouvindo tua respiração.
E te ver acordar, sonolento e envergonhado, tímido...
Pois estou parada te observando.
Nada mais do que sentindo tua presença.

Acordamos, nos beijamos, tomamos café da manhã.
O Sol dança pela casa. O vento assopra uma melodia.
Você me empurra contra a parede e me beija durante minutos,
E se embebeda do néctar dos meus lábios.
Acaricia meus seios, 
E eu arranho seus braços fortes.
Você não me larga, e eu não quero sair...

Um banho demorado... Repleto de carícias e muito mais.
Nem a água parece esfriar nossos corpos suados e quentes,
Encaixados, conectados. 
Não nos distanciamos um segundo que seja, 
Pois o desejo toma conta de nossos físicos... E não queremos parar. 

Você precisa ir trabalhar e eu ficarei te esperando,
Trabalharei de casa, infelizmente sem você.
E entre memórias e mensagens,
Farei nosso jantar,
Escolho algo que você goste, adoro ver o seu sorriso encabulado.
Ligo o rádio e me dedico a isso. 

Você demora, e o tempo parece não andar.
Mas estou aqui te esperando, deitada no sofá,
Com o gato no meu colo.
Minha vontade era que eu estivesse no seu colo,
E beijando-te seguidamente. 

Espero-te impacientemente, 
E decido me arrumar para te esperar.
Perfumada, do jeito que você gosta.
E para minha felicidade, você chega. 
O desejo reacende com grandiosa intensidade,
E o jantar esfria enquanto nos unimos ardentemente, no leito que nos une.

O arco-íris colorido, aos poucos desaparece do céu... E vejo que você também não está aqui. 
Mas ainda sinto tua presência na ausência e sorrio ao lembrar de teu sorriso. 
Você está aqui. 

Th. Barbiere - 03/09/2016