quarta-feira, 6 de julho de 2016

Dia 2

"A primavera em mim tornou-se inverno.
Sem flores, sem frutos, sem folhas.
Nós tornamo-nos eu.
Noite sem dia, sem escolha.
Vejo-me sem reflexo, grito sem eco
O meu prazer maculado p'lo passado ao teu lado.
Carrego o fardo que escolhi quando me deito numa cama vazia.
Se chamo por ti, nego-me a mim.
Perco-me enquanto caminho.
Diluo-me na profundeza das águas,
Não vou, sou levada.
Ardo em fogo lento, a contratempo.
Quero um novo acordar."

Acordar - Dwelling

terça-feira, 5 de julho de 2016

Dia 1

Dia 1. Meio remédio tomado. Nada, nada diferente. Apenas meio remédio. E uma vontade de fast forward os dias para que eu sinta alguma melhora.
O mesmo desânimo, a falta de vontade, o cansaço (exaustão, na verdade), a mesma sensação de nada. De vazio. De energia sugada.

Dia 1. É apenas o primeiro dia do mês que está por vir. Pode ser bom, pode ser ruim. A tendência é que algo melhore. Nem que seja uma percepção errônea de tudo. Mascarada pelo remédio. Mas a ideia é que algo mude.

Vejamos. Não consigo reunir forças para ter expectativas. É cansativo nutrí-las. As vezes elas brotam sem serem chamadas, mas raramente.

Antiga sensação de derrota. De falha. De não bastar. De rejeição. De abandono. E não saber explicar. São palavras. Dia 1.

Th.
05/07/16