terça-feira, 9 de abril de 2013

À luz da Taberna - Parte 2: Oliver

Cá estou nesta espelunca úmida e mal-cheirosa. A solidão leva um homem a cometer atitudes... digamos estúpidas. Neste atual momento, me arrependo pela irresponsabilidade de necessitar de um contato físico, por mais ignóbil que seja... E também por aceitar tal desejo, mesmo sabendo que não me acrescenta em coisa alguma.

Bebo porque preciso distrair minha mente louca e paranóica: Do cálice da vida, procuro embebedar-me sem muito pensar. Muitas vezes, pensar é pesar e adoecer-se durante minutos. Sentado numa cadeira de madeira dura e sem conforto, praticamente lar de cupins, permaneço neste lugar fétido: alimentando minhas vaidades e rindo do cotidiano ridículo que me cerca. Rio como um doido... Ou nefasto. Rio de uma risada timidamente irônica, porém verdadeira. Insana até a última gota do álcool que me inebria.

E a taberneira maldita, onde está?
- Filha de Baco, rainha da obscuridade, escrava da podridão... Venha até mim! Traga-me mais gotas de felicidade temporária, ó criatura miserável!

Um ébrio entornou-me vinho. Maldito seja o ar que ele respira! Rogo pragas contra aquele infeliz que rasteja por entre as mesas amadeiradas. Meu ímpeto é envenená-lo com cicuta, para que nunca mais entorne vinho em senhores de porte. Maldito! Que morra!
Olho para os lados e vejo mancebos risonhos, no auge de seu torpor. Mulheres com peles macias os rodeiam, mostrando seus dotes impetuosos. Suas maçãs do rosto estão levemente rosadas, provavelmente pelo ardor do vinho. Elas pairam - como aves que planam no céu azulado da bela primavera - agradabilíssimas aos meus olhos,recheadas de promiscuidade em seus atos. São mulheres doces, porém exageradamente astutas (Não que haja problema algum em tal comportamento...!).

De todas as meretrizes sagazes, compadeço-me de Sofia. Não há como compará-la a qualquer outra vívida cousa. Sua beleza não é sobrenatural, mas seus olhos... Seus olhos escondem o mundo. Sofia possui madeixas alouradas e seus olhos são cor-de-anil. Corpulenta e saudável, esta mocinha quase não se dá ao pecado do álcool. Admite, porém, que lhe agrada, sem nunca o cultivar, por seja lá qual motivo (eu nunca presto atenção em meio aos beijos, e seu corpo nu em minha fronte).

Infeliz é quem o escreve, pois Sofia não abandona a vida imprópria que toma. Já tentei persuadí-la, mas a tola diz que não saberia viver d'outra forma. Vosso escrivão cansou-se de tais ladainhas fúteis e desistiu de tê-la para si - agora haverá apenas de usá-la, como ela bem quer.

Sei que a verdade soa como um corte de uma lâmina afiada, mas é melhor senti-la de uma vez, do que permanecer na escuridão incauta e brutal. É melhor viver de silêncio do que de uma barulhenta exasperação. Perdoe-me, saudoso leitor, mas esta é a verdade que me vem à mente, e preciso alertá-lo, já que aprendi na dor.

A dor muito ensina, sabes? A dor nos é uma belíssima e culta professora na grandiosa aula da vida. Cultivo esta amizade como quem defende a prole, pois enxergo na dor um quê de libertação, inerente à qualquer pedido de salvação. Faço-me réu, não vítima, dos prazeres da vida. Mesmo que contenham pecados capitais - não me importo com outra vida, além desta.

Haverá de ser tão suja e entediante quanto.

Th. B.
09-04-2013

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Why don't you kill me?


You make me feel pain and pleasure,
You forced me more than never
That's really too strange to measure,
so I'd prefer not to have you ever.

If feelings for you are always superficial and vain,
It's so not me, I'm deep and intense
If you don't  have a heart to maintain,
Just let me here in my cold mountain.

In the first times, you were so kind and sweet,
You were softly holding me in peace
then you started to treat me like a piece of meat,
not caressing in my times of need.

If all you wanted was physical,
Sorry, I want much more, something mystical
If all you do is torture me,
So why don`t you kill me now?


Th.
4:13 PM 6/27/2011