domingo, 10 de março de 2013

À luz da Taberna - Parte 1: Edgar

O que é esta vida senão uma grandiosa roda a qual empurramos diariamente? Nossa existência não passa de um ínfimo grão de areia neste glorioso mar. Somos parte de um todo, e dele jamais conseguiremos nos afastar totalmente. Somos parte de um jogo.

O jogo, ora divertido, ora melancólico ou cruel, nos agrega. Seja pelo horror ou pela diversão. A experiência vai sendo construída constante e progressivamente, e há momentos de intenso tédio. O desprazer faz parte — Mais do que sequer imaginamos — do jogo da vida, onde muitas vezes ganha-se mais ao aprender o dom do silêncio.

Saber silenciar-se nos momentos certos é mais do que uma alternativa, é sapiência. Num mundo onde as palavras são utilizadas em vão, saber utilizá-las mo momento certo é belíssimo, caro curioso!
O tédio? Esse, meu querido leitor, anda de mãos dadas com a solidão. São amigos de longa data. E devo aqui dizer — ambas são valorosas (porém altamente perigosas) companhias. Quem os busca ou se deixa levar deve manter-se ciente que suas presenças podem ser fatais.

Quanto a mim, eles me servem muitissimamente bem.

— Taberneira! Mais vinho!

Nesta vida, a única coisa que não pode faltar é a ardência da ebriedade! Amor? Ora, não seja tolo, meu doce leitor! Se amor são beijos e carícias intensas, no frenesi do desejo... Então amais! E bebeis! Porque não se pode esperar muito mais da vida do que esta libertinagem louca e passional. E álcool, para suportar o fardo de estar vivo.

— Taberneira, tagarelais e não completas meu vinho! Ande, mulher!