quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Amor - pt 1

Amor, quero que acredites
Que se tu não me queres,
a vida me pode ser cortada.
E de meu ser, nenhum sussuro se há de ouvir.

Amor, saibas que não vou me aquietar
até que estejas entrelaçado a meus membros,
até que tua fronte suspire batidas sob a minha,
até que que nossas atuais insônias virem sonos de alívio.

Amor, saibas que compreendo e já sei
Sei que tua alma respira minha presença ausente,
Sei que tua mente se embebeda de meu néctar de vida,
Sei que teu ser se alimenta de minhas  palavras vagas porém sinceras.

Amor, meu amor — onde quer que estejas
Estás aqui, como fantasma no sótão,
em meio ao meu mundo dos sonhos,
onde estamos livres das inconsistências da vida.

Th. 21/11/2012

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O gelo que se finda

Profundíssimamente morta, desamparada
Sem rumo, no berço do nada...
Estava eu, minh'alma e a sorte
Inócua, gélida, absorte.

Meu coração mais se assemelhava a um deserto,
Com um futuro negro e certo.
Meus olhos fitavam o horizonte sem nada sentir,
E o corpo adequara-se a mentir.

Mentia para si próprio ao fingir que estava bem,
Mentia para os outros ao mostrar ser alguém.
Sentia-me perdida e sem afeto,
Internalizar a tristeza parecia o correto.

Nem mesmo as flores ou os mares,
Conseguiam distrair-me de meus males.
Eu postergava o medo como quem o cuida com carinho,
E acariciava seu rosto, de mansinho.

A natureza, paraíso dos poetas,
Nem ela me oferecia quaisquer metas.
Ainda me sentia frígida e descontente,
Vivia somente seguindo o presente.

Até que um estalo se dá em minha fronte,
Consigo finalmente sair do velho monte.
E palavras igualmente doloridas escuto ecoar,
No distante continente, a brilhar.

Enxergo, lá no alto, a estrela da sorte,
Que ela, e somente ela, me puxa da morte.
Seus braços fortes envolvem-me por inteira,
E, no abismo, retiram-me da beira.

E das palavras... Quem sabe, poucas?
Ou muitas? Mas ricas.
Embebedo-me sem mais pensar.
Deste néctar, hei de me deliciar.

E em teu doce coração, apoio o meu.
Sem mais temer o que perdeu,
Meu peito arde em prazer e alegria,
e sorri, em tua companhia.

Ó, e as estradas tortuosas da vida
foram nada menos, ou mais ainda, que a viga,
que estruturou-me e calejou-me, prontamente,
contra as dores e melancolias da mente.

Essas estradas, e os sentimentos em vão...
Eu os agradeço, com emoção!
Pois eles que levaram-me a ti, meu amor!
E nada, nada mais me parece sem cor.

Beije-me agora e nada mais.
Penetre em minha vida com tuas raízes fatais.
És minha ânsia, meu príncipe, meu sonho fugaz,
Alimenta-me de tuas palavras essenciais.

Beije-me agora... Como nunca beijou outro alguém!
Quero ser tua, em alma e corpo, e de mais ninguém!
Enfeitiça-lo-ei com meu perfume e olhar,
E a harpa de teu coração irei tocar.

Th.
25-09-2012

domingo, 23 de setembro de 2012

Da Minha Ausência


Banda: Dwelling

Amo-te, sem beijos, a horas marcadas. Trago-te à vida, pelo corpo que te empresto.
E pergunto-me o que buscas, nesta tua ânsia de desejo.
Procuro-me nesta ausência a que me forço na tua presença.
E, também eu inebriada nesta minha ânsia de amar, finjo-te tudo o que quero ter, 
ainda que depois te perca em completo anonimato.
Chamo a mim a tua falsa paixão, neste endorcismo distorcido.
Ainda que, findo o extâse que te empresto, queira lavar-te de mim.

Adeus, outono!

Estranho.
Sinto uma angústia. Um misto de desespero com paz. Inquietação com tranquilidade. Que me ocorre?
Estranho conseguir seguir em frente...
Simplesmente me parece que o mundo agora gira com mais força e vigor. Talvez, com mais vontade.
É isso, vontade.
Estranho.
É como se o coração estivesse, sôfrego, gritando palavras de alegria e alívio. Sem me consultar.
Ao mesmo tempo, sinto que a mente concorda. Deixou de lado a lógica por um tempo.
Tão estranho.
Novamente acordar e sorrir.
Novamente dormir sorrindo.
Estranho.
Acho que desacostumei com a felicidade.
(...)
Sinto que o coração palpita a cada palavra, cada sussurro, cada contato.
Estranho demais.
Um sorriso brotando simplesmente pela presença... Longínqua.
Aquele frio que me circulava não mais me congela.
E a tristeza do mundo não mais me exaspera.
Estranho.
O corpo deseja, impetuosamente.
A mente deseja, senão com ainda mais ímpeto.
O coração se cala... E ao mesmo tempo, grita.
Respira, coração.
Estranho.
Antes era tão fácil controlá-lo.
(...)
E ainda assim agradeço aos céus por essa dádiva.
Achei que nunca mais fosse sorrir por alguém.
De alguém.
Com alguém.
Tão estranho.
Não consegui me acostumar ainda com essa sensação de quietude n'alma.
Uma quietude sentimental.
Transbordando sensações, como vulcão em erupção.
Achei que estivesse extinto.
(...)
É, me é estranho.
Olhar para o horizonte e cobiçá-lo.
Sem aquela nostalgia maldita e aquela dor incômoda.
Tão diferente não se decepcionar.
É quase como esperar a luz, quando se é de madrugada.
Sabe-se que o dia a trará.
E tudo isso é estranho.
Não ter mais controle de si, quando se achava totalmente certa.
Totalmente deserta.
Totalmente vazia.
Sem dúvida alguma, é estranho.
É abrupto, é recente, é invasor.
Mas é o marco de uma nova era.
Onde o mar é límpido, mesmo com sua impureza.
A rosa desabrochando quando suas pétalas só caíam.
É primavera.
Adeus, outono!

Th. - midnight
23-09-2012

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Let´s spread the poetry...

What you had the best were your eyes. They used to embrace me and envolve me. I kinda like when you stopped on your way and stared at me... I looked to you with my shy tiny eyes, never pretending more than I seem. You said ''I won't lie to you. I can't lie to you. I won't lie to you''. You said some beautiful words, full of pleasure, full of desire. I was almost believin'. I never believed so easily, my dear. So easily. So easily. I asked you to tell me 'bout your life, feelings... Simple things and others not so much. My mind remembers every silly phrase... You opened up, or that's what I really thought. You said ''I won't hurt you. I won't hurt. I won't hurt you'' and staring at my eyes, you said, you said, you said. I never believed so easily... I said, I never! But now I kinda had this damn hope. I was never the one who believes and who screams, and now... I do it both... Out loud. How can I measure the hurt, since it's far too deep? You broke my heart, I need a new armor, to protect my sanity. I don't have much sanity anymore... Anymore. No more. This was the last time, I promised me. Promised me, a promise.

Th.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

My Curse

Like a disease, thy ghost.
Seems like it will never disappear.
I feel I'm a bird in a cage,
and I can never go away.

Locked inside my memories,
that haunt me everyday,
I'm a hollow heart
In a dead world.

Living without any trace of hope,
No expectation of goodness.
I see no future in anything
And nothing makes me desire.

Pain left me with inertia.
My only true friend.
I'm lost in this cruel existence
Bound to fail.

This black and white world
Is so damn cold,
cold as my non-beating heart,
that can freezes any Sun.

Love made me die,
in every little piece of heaven.
My personal hell,
my solitude.

Thou maketh my coffin,
my dearest plague.
I hope you suffer well,
fallen angel.

Th.
02/07/2012

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Are you gonna find me in July?

Uma imagem pode significar mais que um texto inteiro,
mas ainda assim eu escrevo.


As palavras, às vezes, são insuficientes
diante da magnificência dos atos.
Da vida, em si, talvez.
Um abraço ou um sorriso
muitas vezes é mais efetivo que um "eu te amo",
e sua fragilidade falsa.

O mundo gira, nessa esquizofrenia incessante,
enquanto humanos roboticamente permanecem em seu cotidiano.
Presos em escritórios, sem ver a luz do dia.
Presos em relações fracassadas, por puro comodismo.
Proferindo palavras, quase que sem sentí-las.
Na verdade, não a sentem mais.
Utilizam, única e exclusivamente,
para seus próprios fins.

Enquanto isso, se afogam, 
mais e mais, em insignificância.
Abrem mão de sua própria felicidade,
em nome do outro.
Desgastam-se diariamente,
trabalhando incansavelmente...
E não aproveitam os poucos lados bons da existência.

As pessoas sentem medo da felicidade.
Preferem ficar presas em relacionamentos ridículos,
sonhando estar com outro,
ou simplesmente sozinho.
Porém o medo as impede.
Não há ganho sem dor.
Porque temer a dor?
Porque temer o risco?
Pode-se perder, mas
se pode ganhar muito mais.

A vida é ínfima, meu filho.
Aceite-a e se embebede dela.
Viva cada dia como se fosse o último,
porque ele efetivamente pode ser.
Seja epicurista! Sim, seja!
Busque o que lhe dá mais prazer!
Existe tristeza demais nesse mundo.
Melancolia demais.
Miséria demais.
Viva.

Th.
28/06/2012

domingo, 24 de junho de 2012

Diálogo inconclusivo

- Você já se perguntou o porquê que pessoas como nós nos sentimos vazias, solitárias ou no pico da loucura? - disse ele, reflexivo.
- Sim, e já cheguei a uma conclusão. - ela responde, abruptamente.
- Quer compartilhá-la? - ele pergunta, demonstrando certa ansiedade.
- A vida, em si, é vazia. - lastima, cabisbaixa, quase sussurrando.

Sangro mais uma vez

Ainda sou jovem.
Ao menos, fisicamente, pálida e lisa.
Já que minh'alma é velha,
uma anciã cansada da existência.
Dói-me viver.


A dor é feito o escuro,
se apodera de cada frágil canto.
Contudo não se vai embora com qualquer chama de luz.
É ardida e incessante,
ansiosa em seus meios.


Os olhos não mais clamam por cores.
O mundo já me é preto e branco,
com algumas pitadas de cinza.
Amargamente inóspito,
como a minha vida.


Sinto, aos poucos, a loucura me abraçar
e sussurrar palavras deliciosamente sensuais,
que qualquer pessoa sã odiaria.
Luto contra meus instintos animalescos,
e permaneço infértil.


Nada realmente produtivo eu alcanço.
Estou sempre a 4 palmos do abismo.
Pensando e relutando,
devo ou não devo?
Fico ou vou?


Lembranças de expectativas podres
e de sonhos azedos
levam-me a uma inércia talvez nunca sentida.
As anteriores nunca foram tão intensas
nem tão obscuras.


Sobrevoo novamente o abismo,
olho para o céu enevoado como minha vista,
dou um leve sorriso irônico,
viro para o lado e durmo.
Para esquecer que existo.


Thais Barbiere.
24/06/2012 - 21:28

segunda-feira, 7 de maio de 2012

O conhecer

Quando pensamos conhecer alguém,
Descobrimos pensar apenas,
pois o conhecer, na sua mais profunda expressão,
é o verdadeiro desconhecer.
E, mergulhados em nossos próprios pensamentos,
nos afundamos numa ideia infundada,
criada por uma ilusão dos nossos olhos
e mentes.
Achamos conhecer somente um pensamento,
algo idealizado em nossos corações,
que, no fim das contas, não passa
de uma mentira deslavada.
Criada, e cultivada, pelos nossos medos.

Th.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

It is what it is

Daí você se pega pensando no quão complicada a vida é,
pensa e repensa nos seus próprios atos e sentimentos,
Quando resolve que não há nada decisivo.
Tudo nessa vida tem solução,
boa ou ruim.
Mescla-se as escolhas, na maioria das vezes.
Quando um lado pesa mais,
nos cansamos e gritamos.
Noutro, nos entediamos e inertes ficamos.
Saber o poder de decidir
É, por si só, decisivo.
A dor não é por ter escolhido errado,
Mas por não ter coragem de voltar atrás.

Th.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Às oito

Uma pedrada forte na cabeça.
Sangue que jorra fatidicamente.
- Estou morrendo - Ela pensou.
E o mundo ainda gira, velozmente...
Mesmo que ela esteja inconsciente.
Essa sensação a corrói desde os 15 anos.
É uma tola, eu diria.
E ela vive o seu cotidiano como quem espera a morte.
Num tédio só.
Nenhuma alegria a consome,
nenhum sorriso a aguarda.
A desesperança existe em si.
- Estou aflita. E suja. - Ela conclui.
Uma aflição inevitável e inexorável, quase sobre-humana.
Suja de lágrimas, suor e decepção.
Ela esperava um mundo melhor,
feito de pessoas melhores.
Mas encontrou este lugar escuro e repleto de desilusão.
Que fazer se deu seu coração?
Mas ele foi cruelmente amassado com as mãos,
e o sangue grosso escorreu entre os dedos.
Depois foi pisoteado e deixado ao Sol.
Abandonado aos urubus.
Quem haveria de saber que a história terminaria tão mal?
Ou sequer, terminaria.
Ele jamais teve coragem de dizer adeus.
Ele jamais teve, ao menos, coragem.
Não se sabia o que passava dentro dele,
ou por trás de seus olhos verdes.
Sempre enigmático. Sempre tão reticente.
As palavras lhe pareciam inconsistentes,
Quando para ela,
São mais que essenciais.
Uma frase poderia destruir-lhe o dia,
ou o ano.
Ele costumava saber usá-las ao seu próprio bem,
mas desaprendeu
Ou cansou.
Não se sabe muito bem
Se era amor ou se desandou.

Th.


quinta-feira, 1 de março de 2012

Amor é o funeral dos corações e um ode à crueldade

Um sentimento de não mais sentir.
Uma dor profunda que não se cala com qualquer palavra.
Um choro agudo e angustiante que cisma em cair.
Os olhos, lacrimejantes
E o coração, dolorido e frágil.
"Está tudo terminado" foi o que ele disse...
E ela retrucou perguntando
"O que exatamente?".
Ela fingiu não se importar
Mas tudo que ela mais desejava era gritar...
Queria, do fundo palpitante de teu peito, um coração para ter
O seu fora roubado
E um novo lhe foi negado.
As palavras são parcas e inexpressivas perante a dor que a afligiu,
tamanha intensidade de seus sentimentos.
Ela se entregava por inteira,
mas jamais teve o mesmo...
Nunca foi recíproco.
Acho que ninguém jamais entenderá como é se entregar como ela fez,
de corpo, alma e mente,
Com tanta certeza e tanto amor.
Jamais compreenderão a profundidade dela.
Acharão que é mais um amor que vem e vai,
passa e deixa poucos vestígios.
Mal sabem eles que ela fora contaminada,
Este câncer que é amar...
Amar e não ter.
Amar e receber palavras ardidas e impiedosas.
Amar e ter o não como resposta.
Ela agora tornou-se um robô...
Busca não mais sentir
E não mais criar aqueles pequenos demônios
Chamados expectativas.
Desviar-se-á da vida como o diabo foge da cruz,
E criará uma máscara para não mais sofrer.
A dor ensinou-a a ser forte,
embora os músculos se retorçam
e a mente fraqueje.
Esquecerá os sonhos,
pois já foram destruídos.
Tomará mais antidepressivos
E mais remédios para seguir com sua existência maldita.
Deixará a inércia tomar conta do seu ser.
Digo e aviso a todos: a inércia é a melhor saída
Porém é a mais perigosa.
Traumatizado o ser, já inerte,
Mergulhará num oceano de esquecimento
E indiferença perante o mundo.
Nada mais terá a mesma cor,
nem o mesmo sabor,
Muito menos o mesmo sentido.
Um brinde à inércia! Que me salvará da morte!

Th.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ausência


Terei de postar mais um poema hoje, fugindo um pouco do que eu estava a fazer já há algum tempo: postando somente poemas e textos meus. Hoje postei duas poesias (incríveis) do Carlos Drummond, que definem absurdamente o que sinto nesse momento da minha vida. =)


Ausência


Por muito tempo achei que ausência é falta. 
E lastimava, ignorante, a falta. 
Hoje não a lastimo.


Não há falta na ausência. 
A ausência é um estar em mim.


E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, 
que rio e danço e invento exclamações alegres, 
porque a ausência, esta ausência assimilada, 
ninguém a rouba mais de mim.


Carlos Drummond de Andrade

Quero


Quero que todos os dias do ano 
todos os dias da vida 
de meia em meia hora 
de 5 em 5 minutos 
me digas: Eu te amo. 
Ouvindo-te dizer: Eu te amo, 
creio, no momento, que sou amado. 
No momento anterior 
e no seguinte, 
como sabê-lo?


Quero que me repitas até a exaustão 
que me amas que me amas que me amas. 
Do contrário evapora-se a amação 
pois ao dizer: Eu te amo, 
dementes 
apagas 
teu amor por mim.


Exijo de ti o perene comunicado. 
Não exijo senão isto, 
isto sempre, isto cada vez mais. 
Quero ser amado por e em tua palavra 
nem sei de outra maneira a não ser esta 
de reconhecer o dom amoroso, 
a perfeita maneira de saber-se amado: 
amor na raiz da palavra 
e na sua emissão, 
amor 
saltando da língua nacional, 
amor 
feito som 
vibração espacial.


No momento em que não me dizes: 
Eu te amo, 
inexoravelmente sei 
que deixaste de ama-me, 
que nunca me amaste antes. 
Se não me disseres urgente repetido 
Eu te amoamoamoamoamo, 
verdade fulminante que acabas de desentranhar, 
eu me precipito no caos, 
essa colecção de objectos de não-amor.


Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Dor descomunal


Tudo que sei é que quero cair,
não me segurem, por favor.
Eu quero cair.
A doença da vida não me permite viver,
e a dor é cada vez maior.
Sinto, nesse momento,
um misto de depressão, agonia e desespero,
uma vontade louca de sumir,
a beira do colapso.
Mas eu devo chorar sem lágrimas,
gritar sem voz,
dormir sem sono,
viver sem vida.
Um gosto amargo de morte na boca,
e algo queima dentro de mim,
no peito no lado esquerdo.
A dor descomunal que sinto,
Que nunca antes senti
nesta existência moribunda,
me dói a alma.
Viver ou amar: eis a questão.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Sobre a mutabilidade das coisas

Sabemos que o rio que agora corre não é o mesmo que correu hoje de manhã. Sabemos que a areia que agora descansa na praia não é a mesma de ontem à noite. Dessa mesma forma, são as pessoas: completamente mutáveis.


Os sentimentos são igualmente mutáveis, bem como as palavras, traiçoeiras. As pessoas, com as palavras e as atitudes, conseguem reverter sentimentos belíssimos e santos.


"Tu não és para mim senão uma pessoa inteiramente igual a cem mil outras pessoas. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo." O Pequeno Príncipe


" – Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos." O Pequeno Príncipe

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Frases que me definem



É de extrema importância colocar algumas frases do Caio Fernando Abreu aqui... São elas que me definem nesse momento:


"E te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito."




"Eu já não sei quantas vezes eu disse que não voltaria atrás e voltei."




"As vezes tenho vontade de sair por ai destruindo corações, pisando em sentimentos alheios ou sei lá, alguma coisa que me faça realmente merecer esse meu sofrimento no amor."




"Como se mil pessoas se importassem com você, menos uma. E, de alguma forma, era a única que você necessitava que se importasse."




"Vive menina. Vive. Porque o tempo cura, e traz pra vida da gente um motivo maior pra seguir. Acredite: O passado não tem volta, e nada dói pra sempre."




"Há sempre uma pessoa na sua vida, a qual, não importa o que ela faça, você apenas não pode deixá-la ir."




E finalmente... 


"E entre tudo que ele poderia ser pra mim, ele escolheu ser saudade."




Enfim... 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Já me roubaram o coração

Já me disseram mil palavras,
Já me ofereceram afetos,
Já me deram muitos beijos,
Mas... Já me roubaram o coração.

Já me abraçaram contra seus peitos,
Já me acariciaram o rosto,
Já apresentaram aos pais,
Mas.. Já me roubaram o coração.

Já me presentearam algumas vezes,
Já me escreveram poemas,
Já me levaram para jantar,
Mas... Já me roubaram o coração.

Já me levaram ao cinema,
Já me fizeram um desenho de meu rosto,
Já me fizeram uma serenata linda,
Mas... Já me roubaram o coração.

Já me deram um livro,
Já me piscaram os olhos,
Já me pagaram um drink,
Mas... Já me roubaram o coração.

Já me deram noites de paixão,
Mas nunca de amor.
Já me ofereceram felicidade,
mas nunca tive... Porque já me roubaram o coração.

Th.
06/02/2012

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Conto da felicidade sem fim

Ele era um rapaz reservado. E mesmo assim, gostava das coisas tudo do jeito dele. Não era fácil de lidar, mas era uma pessoa boa e agradável, mesmo que reclamasse 80% do tempo. Era quieto e antissocial, não gostava muito de sair e conhecer pessoas, achava que ficaria melhor no seu cantinho, embebido na sua vida medíocre e sem expectativa de mudar. Era, enfim, um sujeito não tão típico.

Ela era simpática e adorava sorrir. Saía todo dia em busca de sorrisos. Vivia num mundo romântico e belo, mesmo que soubesse que não era esse mar-de-rosas. Seu coração era doce, ainda que tivesse uma personalidade muito forte, de profundidade e intensidade distintas. Era pessimista, mas sempre teve esperança neste mundo, guardando em si uma filantropia quase morta. Era uma moça não tão típica.

Um dia seus destinos se cruzaram por um raio de luz tão rápido, quase impossível de se enxergar. Estavam andando pela rua, quando esbarraram-se numa esquina escura. Ela caiu, com a força do corpo dele. E ele, agindo rapidamente, estendeu a mão para levantá-la do solo. Seus olhos encontraram-se... Foi o início de uma história ainda sem fim e sem resolução. O rapaz desculpou-se, e ela sorriu encantadoramente. Ele não entendeu o porquê dela sorrir, numa situação como essa, mas ela fez questão de dizer que não foi nada. Extremamente envergonhado pelo mau jeito, ele chamou-a para tomar um café na rua mais próxima... E ela foi.

Conversaram durante horas e se perderam em seus caminhos. O rapaz se atrasou para seu compromisso, bem como a moça perdeu a consulta do médico a qual ela iria naquele momento tão fatal. O momento onde seu coração foi tomado pela flecha do amor.

Após este encontro tão fugaz, nunca mais deixaram de se falar... E se apaixonaram perdidamente um pelo outro, alimentando a memória daquele dia. Nunca mais se viram, pois ele estava de passagem apenas, morava em outra cidade longínqua. Sofreram a distância, e pior do que isso, sofreram a dor da dúvida.
Ele tinha uma família bastante problemática, e sua condição financeira era um tanto precária, então não tinha como vê-la novamente. Ela, porém, era nova demais e ainda estudava, no berço de mimo de seus pais.

Ele sumiu da vida dela. Decidiu que seria melhor pros dois afastarem-se, mas não teve coragem de dizê-la. Sabia que voltaria na decisão caso ouvisse sua voz doce e amável. Sabia que não poderia esquecê-la por nada desse mundo. Então, ele simplesmente deletou-a de sua vida miserável. E continuou cultivando sua tristeza por anos e mais anos. Ela, sendo completamente ignorada, chorou um pranto lastimável a qualquer um que a visse, e a partir desse momento, nunca mais largou a depressão. Seu sorriso nunca mais foi o mesmo.

Ela não entendia o motivo do sumiço dele. Confabulava mil motivos para ele ter sumido... Até que ele voltou, dizendo ter tido problemas. Ela o perdoou. Mas ele sumiu denovo... E seu coração repleto de ervas daninhas estava perdido. Essa ida e volta ocorreu algumas vezes, até ele sumir de vez. Ela prometeu a si mesma que não o procuraria mais, e que o esqueceria. Rasgou todas as suas cartas e apagou todos os seus e-mails. Jogou no lixo qualquer coisa que a lembrasse dele... Menos uma memória.

Cinco longos anos se passaram e eles já tinham se relacionado com outras pessoas, mas as lembranças um do outro jamais se apagariam, tão forte era o sentimento... E tão recíproco era o amor. Um belo dia, a campainha dela tocou. Num horário totalmente inesperado. Ela foi atender... Era ele. Ela não conseguia parar de chorar, mas ele a abraçou e disse que jamais a largaria novamente. Ela olhou em seus olhos e sussurou baixinho que o amava com todas as suas forças. Ele sorriu e a agradeceu por existir, beijando-lhe a bochecha e gritando aos céus que a amava. Ele sorriu. Ela sorriu.

Th.
01/02/2012

I write sins not tragedies

Tenho conseguido escrever atualmente. Acho que isso tem me feito muito bem. Sei que não sou uma boa escritora, mas escrevo com as palavras do coração e da mente. As palavras simplesmente fluem, e saltam. São muito mais do que somente escritas, são vomitadas pra fora de mim. É como se elas pedissem encarecidamente para saírem. Com um desespero tão forte e tão aterrador que preciso parar qualquer coisa que eu estiver fazendo para derramar minhas letras sob a face pálida da folha. É mais forte do que eu, e do que qualquer sentimento contrário. A emoção de escrever é como que me congelasse por inteira. Minha face só consegue observar as palavras, uma atrás da outra, incessantemente saindo. Meus olhos brilham enquanto os dedos não param um minuto. Minha alma respira profundamente, na mais incrível calma.

É como se a folha sugasse todo o desespero contido em minh'alma, e me restasse uma paz quase irresistível. Um bem tão notório, que é como se eu tivesse saído do paraíso, e nele tivesse ficado e descansado por dias a fio. O paraíso abandonado por Eva, a Pasárgada desejada pelos mais incríveis autores, o Shangri-La de qualquer sonhador. As árvores me parecem mais verdejantes, enquanto que o vento sopra em meus cabelos macios e ruivos (quase loiros), embriagando-me de uma essência de rosas rubras, plantadas em meu jardim. A vista para as casas parece mais bela, mesmo que com um monte de construção contemporânea, e não as antigas (e castelos) como eu sempre admirei. Até as pessoas caminhando me soam como crianças felizmente saltitantes pelos seus caminhos etéreos. Tudo parece diferente. Até eu.

Th. (01/02/2012)

Words, by LittleRedRisingHoody >>> Link


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Boa noite, angústia!

Posso parecer eloquente,
Posso parecer confidente.
Mas as palavras me são como loucas
As palavras me são como bocas.

Posso enlouquecer-me de ódio,
Posso embriagar-me de ópio.
Mas o sentimento me encharca a alma,
O sentimento me entedia e acalma.

Posso facilmente matar-me,
Posso facilmente cansar-me.
Mas as memórias jamais me largarão,
As memórias me soam como um não.

Embora eu me perca em mim,
embora eu me perca ainda assim,
sobretudo, de ti, não me perco.
Sobretudo, mesmo com este olhar ermo.

Fatalmente, inerte me encontro,
fatalmente, absorta me exponho.
São seus olhos que brilham nos meus,
são meus olhos que se perdem nos teus.

Th.
31/01/2012


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Anjo perdido

Já fazia um bom tempo que eu não me sentia desse jeito. Perdida, vazia... Antes, eu sempre me senti assim, com uma forte angústia na fronte. O coração mal batia, a alma dolorida, a mente sem rumo. E hoje, há exatos 5 minutos, minha vida mudou novamente. Se eu havia conseguido me livrar (ao menos um pouco) dos braços da infelicidade, agora perdi-me na mais profunda essência da mesma. 


Estranho sentir essa agonia novamente. Havia me desacostumado com tal sofrimento. Pra lhe ser sincera, o sofrimento havia trocado de corpo com a inércia. Esta última permitiu-me uma sobrevivência pesada mas ainda possível, arrastando-se a cada passo por mim dado. Meu caminho desfez-se nos exatos 6 minutos atrás. 


Perdida e vazia. Não enxergo mais o horizonte azul dos mares inquietos... Tampouco enxergo o sorriso da Lua irônica. Sinto que a maresia me embriagou, ou que a areia me arrastou pro fundo. O vento pode ter me levado pra outra existência, não tão plena. Ou o fogo me queimou os sentidos mais terrenos. Não tenho exata certeza do quão terrível é a minha sina, mas sei que hei de manter-me de ombros erguidos.


Acostumada sempre estive com o pessimismo. Com a tristeza, a melancolia. Com as lágrimas, a chuva. Mas agora, minha coragem precisa ser ainda maior: Será? Será que coragem é o que preciso para alcançar a felicidade? Será que é isso que sempre me faltou? E se eu decidir tomar um passo, incrivelmente complexo, a frente... E mesmo assim, me deparar com pedras e pedregulhos? Será que eles se destruirão por aquele que está do outro lado do rio? Ou o rio continuará para sempre com a margem quilométrica? Minhas dúvidas são infindáveis, mas eu não me atreveria a ter respostas pra todas. A vida perderia o sentido... Porém, por que não ter algumas respostas? E no lugar delas, elaborar novas outras perguntas? Ficar sem resposta é muito doloroso, muito angustiante. 


O rio novamente me afoga. É como se ele tivesse me puxado para dentro de si mais uma vez. Antes, eu estava a observar as águas, sentada na margem. Observando minha face refletida. Agora, estou eu debatendo-me infinitamente em suas águas silenciosas. Perdendo o ar, perdendo a visão, perdendo os sentidos... Perdendo a vida.


Th.
27/01/2012

What's your fairytale story and character?

Encontrei esse site de quizzes, e me interessei por um em especial: aquele que é o nome do meu post.


Vejam o resultado que encontrei (estou ainda boquiaberta):




Mysterious Rumours

result image


You’re moody, like to think about life and dead to all things fantasy. Or you appear to be, anyway. You’ve probably been disillusioned by some event and therefore have decided to give up on magic, preferring instead to live in the certainty of boring present day Earth. That doesn’t mean you actually belong here, though. Your story will probably start when you go to visit an old castle one day. You’ll have a book with you which you’ve checked out from the local library about the place’s mysterious history. Apparently, a noble family used to live here that caused their town much strife, being the source of many fears. Lady Eliza had been accused of being a witch and suffered death by fire after failing the trial by water when she surfaced and didn’t drown. Unable to stand watching his dear wife burn, The Duke is believed to have plunged into a nearby lake. No one ever found his body though and after his wife was burnt no one could find any remains. They assumed she was reduced to mere ashes. This left their son, Giovanni, as the sole heir to the family fortune but, when the day came for the will to be read he disappeared. Many tried to sneak into the castle afterwards to claim its treasures as their own but none ever returned and so eventually the castle was completely abandoned and forbidden. That’s what the book said anyway. These days, though, you can visit whatever place you want so long as you pay, which you have. You enter through the massive double doors and hear them slam shut behind you. You assume it’s just the wind and continue on but, as you have already guessed, you are not alone. The family have been expecting you.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

I will wander until the end of time...

Charpentier, Constance Marie - Melancholy (1801)



Why do I have to feel so hollow?
My heart is broken...
Eyes never shine like diamonds,
only when I`m dreaming.


My heart is broken,
Sweet sacrifice would be perfect,
It would change my vain life
to something more real.


Say farewell to my voice...
My heart is broken!
Release me, I cannot go on...
This life is unbearable.


Truth make me feel so useless,
on this solitary world of glass.
Look here, I`m bursting in tears,
with my broken heart.


Your ghost still lingers here
and I feel that the time cannot erase.
My heart is so broken...
and I don`t really know what to do.


Everything in my life seems to be in peaces
only sorrow and decadence are alive.
Release me, I cannot hold on on this lie.
My heart is broken.


Th.