Melancolia não é um estado de graça. Nem tristeza digo o ser.
Melancolia é um sentimento forte que resiste às distrações.
Falo com toda a experiência que me foi oferecida.
É uma falta de entusiasmo com relação a vida, para com todos.
É uma falta de predisposição para quaisquer atividades que envolvam existir.
Melancolia vai além de um simples período. Ou certos momentos específicos.
A Melancolia, tendo uma vez te escolhido, te acompanhará para todo o sempre.
Ela se assemelha ao luto, mas sem necessariamente uma perda.
É um luto interior. Mais do que um luto narcisista.
O melancólico se observa como inútil - Como todos somos, na realidade.
O melancólico não é capaz de amar. Não mais.
Provavelmente já amou alguma vez na sua insignificante vida.
E nessa única vez que seja, ele morreu. Morreu dentro de si.
O melancólico tarda a sentir prazer. O mundo parece tão desinteressante.
Nada o chama atenção ou o excita.
Raramente consegue sentir dor ou medo. Ele é inerte, definitivamente.
Em sua languidez, sofre dia após dia.
Com uma vida que não sente. Não sente nada.
Tudo isto eu explico ao mesmo tempo que observo.
A Melancolia é uma amiga doce, porém perigosa.
Ela me permitiu escrever sobre a mesma, ainda que rapidamente.
Somos amigas de longa data, devo dizer.
Expeliu-me palavras milimetricamente cuidadas,
como numa engenharia perversa.
E no vão de seus andares, consegui descrever seus jeitos,
seu modo de agir. E como abraça os coitados inférteis.
Aqueles, que assim como eu, se sentiram impressionados
e desafiados, diante de tamanha magnitude.
A magnificência do Spleen.
Th. Barbiere
24-06-2013 22:11
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