segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Inconstância dos bens do mundo



Fotografei em minha viagem à Natal (RN) em meados de julho do ano passado. Lugar belíssimo!


Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
e é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

Gregório de Matos

Um comentário:

Rodrigo disse...

Olá.

Retribuindo a visita, o comentário e, de quebra, xeretando um pouco. Afinal, não é todo dia que se encontra boa poesia lado a lado com combustão espontânea. É bom saber que há outros "ecléticos" por aí. Da próxima vez que eu ficar tentado a falar de zumbis e similares em aula, terei a certeza de que pelo menos uma pessoa saberá que a conexão não será necessariamente tão estranha quanto possa parecer. Afinal, o que é estranho num mundo ainda tão rico de mistérios?

Até breve!

Um abraço,
R.