segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fujo de ti

Límpido, distinto. 
Ao mesmo tempo,
extremamente obscuro e ambíguo. 
Seu olhar é como uma interrogação,
cheio de mistérios do além.
Suas palavras, rosas vermelhas
belas e fatais,
com seus espinhos impiedosos.
Voraz e insolúvel,
este meu desejo de ti.
Meu karma, tu és.
Presente em meus sonhos,
frases e desamores.
Corro de ti como uma menina
boba e inconsequente.
Corro, com medo de tudo
e medo de me encontrar com teus olhos.
Medo de vê-lo em minha frente,
envolvendo-me com teu braços,
e levando-me a outra dimensão.
Sinto medo,
e tenho mais medo ainda
de dizê-lo.
Sinto medo,
e as palavras doem em meu peito,
sufocam-me, observam-me,
riem de mim.
É uma sensação exorbitante,
completamente incomum
nesta minha vida simplória.
Fujo de mim
como um vampiro foge do Sol.
Como o diabo, da Cruz.
Fujo para não me entender
pois este entendimento
extremamente inócuo e ineficaz,
causar-me-ia tédio a mim mesma.

Th.
28-11-2011
Ajustes em 13-05-2022

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