Já fazia um bom tempo que eu não me sentia desse jeito. Perdida, vazia... Antes, eu sempre me senti assim, com uma forte angústia na fronte. O coração mal batia, a alma dolorida, a mente sem rumo. E hoje, há exatos 5 minutos, minha vida mudou novamente. Se eu havia conseguido me livrar (ao menos um pouco) dos braços da infelicidade, agora perdi-me na mais profunda essência da mesma.
Estranho sentir essa agonia novamente. Havia me desacostumado com tal sofrimento. Pra lhe ser sincera, o sofrimento havia trocado de corpo com a inércia. Esta última permitiu-me uma sobrevivência pesada mas ainda possível, arrastando-se a cada passo por mim dado. Meu caminho desfez-se nos exatos 6 minutos atrás.
Perdida e vazia. Não enxergo mais o horizonte azul dos mares inquietos... Tampouco enxergo o sorriso da Lua irônica. Sinto que a maresia me embriagou, ou que a areia me arrastou pro fundo. O vento pode ter me levado pra outra existência, não tão plena. Ou o fogo me queimou os sentidos mais terrenos. Não tenho exata certeza do quão terrível é a minha sina, mas sei que hei de manter-me de ombros erguidos.
Acostumada sempre estive com o pessimismo. Com a tristeza, a melancolia. Com as lágrimas, a chuva. Mas agora, minha coragem precisa ser ainda maior: Será? Será que coragem é o que preciso para alcançar a felicidade? Será que é isso que sempre me faltou? E se eu decidir tomar um passo, incrivelmente complexo, a frente... E mesmo assim, me deparar com pedras e pedregulhos? Será que eles se destruirão por aquele que está do outro lado do rio? Ou o rio continuará para sempre com a margem quilométrica? Minhas dúvidas são infindáveis, mas eu não me atreveria a ter respostas pra todas. A vida perderia o sentido... Porém, por que não ter algumas respostas? E no lugar delas, elaborar novas outras perguntas? Ficar sem resposta é muito doloroso, muito angustiante.
O rio novamente me afoga. É como se ele tivesse me puxado para dentro de si mais uma vez. Antes, eu estava a observar as águas, sentada na margem. Observando minha face refletida. Agora, estou eu debatendo-me infinitamente em suas águas silenciosas. Perdendo o ar, perdendo a visão, perdendo os sentidos... Perdendo a vida.
Th.
27/01/2012
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
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