quinta-feira, 1 de março de 2012

Amor é o funeral dos corações e um ode à crueldade

Um sentimento de não mais sentir.
Uma dor profunda que não se cala com qualquer palavra.
Um choro agudo e angustiante que cisma em cair.
Os olhos, lacrimejantes
E o coração, dolorido e frágil.
"Está tudo terminado" foi o que ele disse...
E ela retrucou perguntando
"O que exatamente?".
Ela fingiu não se importar
Mas tudo que ela mais desejava era gritar...
Queria, do fundo palpitante de teu peito, um coração para ter
O seu fora roubado
E um novo lhe foi negado.
As palavras são parcas e inexpressivas perante a dor que a afligiu,
tamanha intensidade de seus sentimentos.
Ela se entregava por inteira,
mas jamais teve o mesmo...
Nunca foi recíproco.
Acho que ninguém jamais entenderá como é se entregar como ela fez,
de corpo, alma e mente,
Com tanta certeza e tanto amor.
Jamais compreenderão a profundidade dela.
Acharão que é mais um amor que vem e vai,
passa e deixa poucos vestígios.
Mal sabem eles que ela fora contaminada,
Este câncer que é amar...
Amar e não ter.
Amar e receber palavras ardidas e impiedosas.
Amar e ter o não como resposta.
Ela agora tornou-se um robô...
Busca não mais sentir
E não mais criar aqueles pequenos demônios
Chamados expectativas.
Desviar-se-á da vida como o diabo foge da cruz,
E criará uma máscara para não mais sofrer.
A dor ensinou-a a ser forte,
embora os músculos se retorçam
e a mente fraqueje.
Esquecerá os sonhos,
pois já foram destruídos.
Tomará mais antidepressivos
E mais remédios para seguir com sua existência maldita.
Deixará a inércia tomar conta do seu ser.
Digo e aviso a todos: a inércia é a melhor saída
Porém é a mais perigosa.
Traumatizado o ser, já inerte,
Mergulhará num oceano de esquecimento
E indiferença perante o mundo.
Nada mais terá a mesma cor,
nem o mesmo sabor,
Muito menos o mesmo sentido.
Um brinde à inércia! Que me salvará da morte!

Th.

Um comentário:

Davi Machado disse...

Um brinde então!
poema expressivo e forte, dolorido. um bom poema!

legal conterrânea!